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Tanatofobia

Você já se imaginou em algum dilema horrível e enorme? Já passou por algo parecido? Vamos colocar assim: imagine que você está em uma sala com uma única porta. De repente as paredes começam a se mover e o espaço vai ficando cada vez menor. Você quer e precisa sair dali, mas para chegar na porta precisa passar por uma piscina de agulhas. O que você faz? Exagerado e até meio macabro, mas acho que isso define bem. Já imaginou como é viver assim? “Entre a cruz e a espada”?

Minha vida toda senti coisas que achei que eram normais. Medos, para ser mais exata. Eu sempre olhava para as pessoas na rua e pensava “ela sabe que vai morrer um dia, que pode ser daqui vinte anos, mas pode ser agora. Isso não preocupa ninguém? Só eu me preocupo com isso? Como as pessoas conseguem viver sabendo que vão morrer um dia?”. Todos esses pensamentos inundavam minha cabeça diariamente. Eu cheguei aos 22 anos achando que sentir angústia antes de dormir era uma coisa normal. Que ter pesadelos recorrentes era uma coisa normal. Que sentir falta de ar e sentir que o coração ia sair do peito de repente era normal. Que o medo que eu tinha do mundo era normal. Pois não é.

Tanatofobia, é o nome disso. Fobia da morte. E eu sabia que isso existia? Não. Achei que era “frescura” e negligenciei tratamento por anos? Sim. Agora pense de novo nos dilemas dos quais falei lá em cima. Recentemente fui diagnosticada com TAG (transtorno de ansiedade generalizada) e o motivo das minhas crises de pânico são, em 100% dos casos, o medo da morte. Não sei quando começou, mas sei que esse medo existe dentro de mim desde muito nova. Eu me lembro de rituais que eu tinha, truques para fazer o coração acalmar a noite, desde meus oito anos de idade. Desde pensar em coisas felizes, rezar etc. até contar quanto faltava para eu ter oitenta anos e pensar que eu não sentiria falta da vida, pois a morte era um “grande nada” onde ninguém mais existia, portanto ninguém sentiria nada – muito menos a falta de viver. Ultimamente isso andou me criando muitos problemas, inclusive para sair de casa. E é aí que entram os dilemas: como você consegue ter paz quando você tem medo de morrer e medo de viver ao mesmo tempo?

Hoje conheci mais uma psicóloga e ela me disse algo que me fez pensar muito. Ela me disse que eu estava precisando de um momento de paz, que eu não sabia o que era um momento de paz, preciso de uma pausa. É isso. 22 anos inteiros, nenhum momento de paz absoluta. Sempre quis tudo, mil coisas ao mesmo tempo. Falo demais. Falo rápido demais. Penso demais. Sinto demais. Se preciso fazer algo, não tenho vontade ou tenho medo de fazer: não faço. Em seguida mil coisas invadem minha cabeça, dizendo que deveria ter ido, deveria ter feito minhas coisas etc. Cada decisão que tomo se torna um problema dentro da minha cabeça. Estou sempre tendo conflitos dentro de mim. Sempre.


Pra encerrar vou deixar uma foto feita por Joy Katie Crawford – recomendo que procurem o ensaio completo, é muito bom. A foto foi feita para um ensaio de TCC e o tema escolhido por ela foi ansiedade e depressão e essa foto e sua legenda, em especial, me tocaram demais.


“Tenho medo de viver e tenho medo de morrer. Que forma de existir.”

Demorei MUITO para postar, mas a culpa é totalmente minha. Não estou com vontade de nada. Mas vou tentar fazer isso com maior frequência, mais por mim, rs. Não era o intuito, mas sinto que esse irá se tornar mais um dos meus blogs pessoais. O post de desabafo de uma amiga me incentivou a falar mais sobre isso.


Diário de uma ansiosa, aí vamos nós.


Até mais <3

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